segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O evangélico e a Politica


Pergunto eu: como deve se portar o verdadeiro evangélico no cenário político? Pretendo responder essa pergunta observando-a em três níveis da sociedade evangélica, não porque somos vistos ou considerados assim, mas para efeito de análise.
Primeiro, tratando-se de obreiros, e quando falo de obreiros, estou me referindo a evangelistas, pastores, missionários e ministros. Quanto a esses, a minha opinião particular é contrária a que deixem o ministério ou dividam o seu tempo para se envolver com a política. O verdadeiro obreiro, não o mercenário, é aquele que é vocacionado por Deus para fazer parte de um trabalho por demais honroso e sublime, o de redimir vidas da miséria, da escravidão do pecado e da morte e prepará-los sob a ação do Espírito Santo, para uma eternidade de glória no Reino Celestial.
A Bíblia diz que os anjos anelaram por esse ministério. Abrir mão desse ministério para ocupar-se com a política é encurtar a visão de servir por mais da metade, é desmerecer-se da graça vocacional de Deus. Ainda tenho mais objeções, todavia, respeito aqueles que optaram por esse caminho e à medida do possível procuro honrá-los e cooperar para que sejam bem sucedidos a bem da nossa sociedade, como me presto para com todos.
Em segundo lugar, quero tratar sobre os verdadeiros cristãos evangélicos, que vivenciando a realidade de uma política corrupta e injusta, sentem-se impulsionados a lutar pelo bem do seu próximo e fazer algo mais por eles, fora do contexto da igreja, e por isso, filiado a um partido se lançam no cenário político, como candidatos a um cargo eletivo; digo que todos esses têm respaldo bíblico, pois em toda a história bíblica vemos Deus levantando servos seus para influenciar e contribuir com a justiça e o direito para todos, como por exemplo: José, Daniel, Davi e tantos outros, sem misturar os ofícios. Saul misturou os ofícios e por isso mesmo perdeu o reinado (1Sm 13.8-14).
Digo, porém, que qualquer um que se lançar na política com o objetivo de se beneficiar e tirar dela vantagem já fugiu dos princípios do evangelho de Cristo e já é um corrupto em potencial.
É verdade conhecida que a grande maioria daqueles que se lançam na política não o fazem porque precisam de um salário dela para sobreviver, até porque esse salário seria insignificante para o tanto que já ganham; são médicos, empresários e grandes profissionais públicos e liberais etc. Logo, a lógica só nos mostra duas razões: ou é para servir, o que pouco se vê, ou é para tirar vantagens para si, o que é muito mau.
Mas, como deve se portar esse candidato evangélico? Ele nunca deve se esquecer do amor, da ética e da doutrina cristã, pela qual deve ser pautada e norteada toda a sua vida dentro e fora da política. A sua promoção e eleição nunca deve acontecer à custa de quem quer que sejam os outros candidatos; nunca deve denegrir a imagem de outros, mesmo que as suas falhas e falcatruas sejam visíveis. Antes deve ter um caráter que inspire confiança e propostas sob condições reais que proporcionem esperança para um viver melhor e em paz. Deve ter muito cuidado para não fazer propostas com promessas que estejam fora do seu poder de realizações, pois essas estão atreladas às aprovações do prefeito do município; do governo de Estado e do presidente da União.
Infelizmente, em todos os comícios se ouvem propostas e promessas, por candidatos, que estão fora do seu poder de decisão e realização, o que, para aqueles que entendem do assunto, eles já perderam a sua credibilidade.
Em terceiro lugar, quero tratar dos crentes comuns, os que são apenas eleitores, os quais são os mais importantes no tempo das campanhas eleitorais.
A estes digo eu, que sabedores de que toda autoridade é constituída por Deus, é Ele quem coloca e quem tira; à vista disso devemos orar com muita instância para que saibamos votar naqueles que Deus já escolheu. Nunca devemos vender o nosso voto, nem nos comprometer com os votos dos outros, eles são secretos e individuais. Procure conhecer quais candidatos são favoráveis à causa do Mestre, e que dão evidência de que zelam pelo direito e o bem de todos.
A chave do saber e do bem estar está com Deus, se alguém precisa peça a Deus que a todos dá liberalmente... (Tg 1.5; 3.13-18).
Que Deus nos ajude a sermos sábios.
Até o próximo, se Deus for servido.

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